preciosa dignidade o que me leva a pedir-te
- como um cavaleiro medieval -
que comigo te cases numa tarde outonal
em meio a um bosque de faias
ao som de alaúdes e gritos de faunos
com as ninfas todas vestidas de saias
bem rodadas e bordadas de ouro
e tu – virginalmente tímida –
corada como uma menina -
trazida ao altar pelo teu pai – um mouro
de olhos frios e adaga assassina à cinta
e as cítaras e as harpas dedilhadas
a pontuar teus passos lentos
e eu vos espero com meus olhos sedentos
- desencantado príncipe sem jaça –
a ansiar por teus arpejos nos meus braços
depois do sim a fugirmos pela praça
e sob um dossel de luxo os meus desejos
ver saciados ao olhar para você
agora despida de uma calça jeans sem nenhuma graça
12.8.2020
(Ilustração: Julius Rolshoven - mujer desnuda en la luz suave)
Lindo poema, como muitos que faz! Parabéns! 👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluir