(Daniel Sinsel)
Não tenho chapéus.
Tivesse-os, amoldaria
em formas e fôrmas
toda a minha poesia.
Livres devem ser os sonhos
em palavras transformados.
Não entessussurrantes sons
em chapéus enformados.
Por isso, não tenho chapéus.
Tivesse-os, não comportaria
em texturas
redondas e abas
toda a minha louca poesia.
Soltos devem estar sempre os pensamentos,
mesmo quando meramente balbuciados.
Não como redondos e calmos lagos
entre fitas de chapéus enrodilhados.
Por isso eu digo que não tenho chapéus.
Tivesse-os, prender não conseguiria
em poemas inúteis de vento e luz
toda a minha louca e fugaz poesia.
quinta-feira, 7 de agosto de 2003
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