(Isabel Guerra)
dos cemitérios em noites negras
e cálidas
a luz azul do medo
são as almas dos mortos
ou as almas mortas
numa nova e reluzente
manifestação de vida
almas entretanto não há
invenções que são de metafísicos
inconformados
para enganar os crentes
com falsas promessas
há apenas ossos
matéria putrefata
restos de madeira podre
da terra nauseabunda
os homens de outrora
reluzem na noite negra e quente
lembranças mortas
sonhos mortos
vidas que um dia foram
amadas
respeitadas
odiadas
ou simplesmente
vividas
na dança da luz são agora
apenas o susto do incauto
dentro dos cemitérios
nas noites negras
negras como – ali – a própria
impossibilidade da vida
1.9.2016
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