25 de set. de 2010

POEMAS ESPARSOS - 11


(Guennadi Ulibin)



Amor sem fim



rompeu-se o dique às dores
a afogar-me o frágil barco
às ondas insanas em dor tornadas

e vêm-me aos olhos vagas sombras
em véu de angústia a tolher-me o pranto
em vão me esbaldo no remar inútil
em vão me esforço a sofrer calado

ondas de triste espanto a dor navega
só e profundamente só me sinto
tendo por prazer a dor da entrega
e pulsa em mim a angústia total

fujo de mim e em mim me afogo
em mar de escolhos de espanto em dor
sou o marinheiro triste a fugir do porto
para a fatal viagem de um amor sem fim.


29.7.92

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