folhas de outono os poemas mortos vivem
e renascem no solo fértil de sonhos impolutos
inolvidáveis enformam-se em novas pétalas
em versos tortos ou alexandrinos de escol
para aborrecimento dos profetas do caos
que anunciam aos quatro cantos a morte
do sonho e o fim de todas as utopias
mas os poemas mortos desafiam passos
que pisam o solo sem pensar no destino
desassossegam-se em raízes e sementes
desabrocham polens a abelhas inquietas
são flores a haver no jardim dos poetas
17.9.2018
(Ilustração: Georges Seurat)
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