23 de set. de 2018

poemas mortos









folhas de outono os poemas mortos vivem

e renascem no solo fértil de sonhos impolutos

inolvidáveis enformam-se em novas pétalas

em versos tortos ou alexandrinos de escol

para aborrecimento dos profetas do caos

que anunciam aos quatro cantos a morte

do sonho e o fim de todas as utopias

mas os poemas mortos desafiam passos

que pisam o solo sem pensar no destino

desassossegam-se em raízes e sementes

desabrocham polens a abelhas inquietas

são flores a haver no jardim dos poetas





17.9.2018


(Ilustração: Georges Seurat)



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