a tentação de escrever num verso um concerto de debussy
o aperto no cérebro e o peito arde e o vento sopra
a folha morta dentro do peito o coração não sossega
não espanta o frio o verso vagabundo que vai
pouco a pouco num poema triste como a vida
virando e se virando na palidez de sensações
sentidas na tarde fria o frio o sonho o vento
há poucos momentos de vida calma na vida
que vai se esvaindo aos poucos ao frio da tarde
o que faz essa canção um concerto de violino
ao entardecer o vento o frio a nostalgia de onde
de onde não sei talvez de mim mesmo um dia
em que era eu apenas o olhar que olhava a vida
e a vida agora é que me olha ao vento tão só
tão só o espanto de ainda viver e o vento voa
com o som do violino apenas um breve concerto
só a vida não tem jeito de ter algum conserto
18.10.2018
(Ilustração: Gustave Caillebotte)
Nenhum comentário:
Postar um comentário