(Berthe Morisot)
de versos e rimas
não tenho quem me fale
não tenho quem me ouça
sou grão de areia
num oceano de espuma
escrevo o que sinto
nem sempre sinto o que escrevo
se bons ou maus
nascem ao correr dos dedos no teclado
os poemas que me vêm à mente
não os julgam ninguém
não os leem quase ninguém
não os envio a jornais ou a revistas
nem os discuto em rodas literárias
a solidão do poeta é como a solidão dos astros
entre os quais há distâncias infinitas
e a poesia é apenas uma forma de dizer
ainda respiro e vou viver enquanto escrever
15.11.2016
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