6 de dez. de 2016

solidão do poeta





(Berthe Morisot) 



de versos e rimas

não tenho quem me fale

não tenho quem me ouça



sou grão de areia

num oceano de espuma



escrevo o que sinto

nem sempre sinto o que escrevo



se bons ou maus

nascem ao correr dos dedos no teclado

os poemas que me vêm à mente



não os julgam ninguém

não os leem quase ninguém

não os envio a jornais ou a revistas

nem os discuto em rodas literárias



a solidão do poeta é como a solidão dos astros

entre os quais há distâncias infinitas



e a poesia é apenas uma forma de dizer

ainda respiro e vou viver enquanto escrever


15.11.2016

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