abram-se todas as fronteiras a todos os povos
que venham e vão os passos dos inconformados
o mundo é vasto e nele devem caber todos os homens e todas as mulheres
nele devem viver sem peias e sem arames farpados e sem muros
todos os que professam humanidade
derrubem-se de sua arrogância todos os tiranos
desçam dos palácios todos os que assinam tratados
não há lugar no mundo para os donos do petróleo
não há lugar no mundo para os que exploram o ouro
não há lugar no mundo para os que espalham a morte
abram-se mentes e cantos a todas as marchas
os ventos de cada bandeira agitada derrubam as incompreensões
falem todos uma só língua em seu próprio idioma
pobres e miseráveis não contemplem de longe as mansões
ruas se tornem rios de gritos e vitórias do prazer de viver
não importa quem você leva para sua cama
não importa quem você convida para o seu banquete de arroz com feijão
não importa quem dança com quem na festa do harpejo sem dono
derrubem por favor todas as fronteiras a todos os povos
para que os passos não marchem numa só batida do tambor
para que os olhos não olhem todos numa só direção
7.4.2018
(Ilustração: Manabu Mabe - Grito,1958)
Você pode ouvir este poema, na voz do autor, ISAIAS EDSON SIDNEY, nestes endereços:
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