24 de mai. de 2018

internacional







abram-se todas as fronteiras a todos os povos

que venham e vão os passos dos inconformados

o mundo é vasto e nele devem caber todos os homens e todas as mulheres

nele devem viver sem peias e sem arames farpados e sem muros

todos os que professam humanidade

derrubem-se de sua arrogância todos os tiranos

desçam dos palácios todos os que assinam tratados

não há lugar no mundo para os donos do petróleo

não há lugar no mundo para os que exploram o ouro

não há lugar no mundo para os que espalham a morte

abram-se mentes e cantos a todas as marchas

os ventos de cada bandeira agitada derrubam as incompreensões

falem todos uma só língua em seu próprio idioma

pobres e miseráveis não contemplem de longe as mansões

ruas se tornem rios de gritos e vitórias do prazer de viver

não importa quem você leva para sua cama

não importa quem você convida para o seu banquete de arroz com feijão

não importa quem dança com quem na festa do harpejo sem dono

derrubem por favor todas as fronteiras a todos os povos

para que os passos não marchem numa só batida do tambor

para que os olhos não olhem todos numa só direção



7.4.2018


(Ilustração: Manabu Mabe - Grito,1958)


Você pode ouvir este poema, na voz do autor, ISAIAS EDSON SIDNEY, nestes endereços:

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