sigo com os olhos le prélude de l’après midi d’un faune
o tronco rugoso a escalada as mangas o lusco-fusco
o pequeno fauno descansa num galho e sonha
a noite vem lenta e a lua lentamente enluara o vale
sonha o sonho que sabe a manga madura o pequeno fauno
os olhos atentos os ouvidos a ouvir os grilos
o som do vale e da vida pululando em chaminés longínquas
o cheiro da folha da mangueira a manga madura no galho mais fino
os grilos o cicio dos pássaros o arrulhar do vento
a noite que chega o pequeno fauno lento em seu sonhar
não havia ali nenhum debussy só o farfalhar do luar
o bem-te-vi talvez algum ninho de colibri
nas folhas folhosas da mangueira o cheiro da lua
o vento e sonhos que o vento leva para sempre
17.3.2018
(Ilustração: foto de Fátima Alves; Lavras/MG)
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