se amarga a raiz
não será doce o tempero
buscar ser feliz
sobre o próprio desespero
sem arrancar do chão a erva daninha
é como semear girassóis
na pedra dura da montanha
enquanto teu passo te encaminha
em busca de arrebóis
solta o grito que tua garganta arranha
pisa as pedras de tua estrada
sem medo de nada
que a amargura de tua raiz
está para sempre fadada
a não deixar que sejas feliz
tempera o tempo de espera
e deixa a que vida flua
só é doce a vinda da primavera
quando só desejas que no céu a lua
os teus passos e caminhos ilumine
antes que tua vida inútil termine
10.5.2018
(Ilustração: René Magritte)
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