14 de mai. de 2018

raiz







se amarga a raiz

não será doce o tempero



buscar ser feliz

sobre o próprio desespero

sem arrancar do chão a erva daninha

é como semear girassóis

na pedra dura da montanha



enquanto teu passo te encaminha

em busca de arrebóis

solta o grito que tua garganta arranha



pisa as pedras de tua estrada

sem medo de nada

que a amargura de tua raiz

está para sempre fadada

a não deixar que sejas feliz



tempera o tempo de espera

e deixa a que vida flua

só é doce a vinda da primavera

quando só desejas que no céu a lua

os teus passos e caminhos ilumine

antes que tua vida inútil termine 





10.5.2018

(Ilustração: René Magritte)






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