um manto de magma e sal
jardim de fontes e nenúfares
tece o tecido em teias
pelas quais passeias e tateias
ó homem dos deuses esquecido
e o manto em inconstantes tentáculos
sustentam teu mais sinistro dogma
do sal o alarde e tudo quanto arde
do magma o horizonte que desponte
em novas e tremendas esperanças
inconsútil a trama entre as lanças
e pontas de agulha o teu olhar
vences batalhas e deixas tuas tralhas
ao luar de ventos ardentes e sóis
não encontras no manto o magma
de noites nem de arrebóis
mata a morte e mata teus medos
enrola em ti mesmo o manto estelar
disputa com o instante os segredos
e não te esqueças de que estás só
vive tua vida aqui onde ficarás
que és do universo menos que pó
16.3.2018
(Ilustração: Claude Monet)
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