Querida, quão tolos os versos
Querida, quão tolos os versos
que falem de amor!
Ridículas as palavras
que traduzam emoções baratas!
Mas que delícia poder dizer
o quanto te gosto,
o quanto te quero,
em versos bobos
que deixam fluir
do fundo do meu peito
traços de alegria
entre pontos negros de saudade.
Como é bom olhar em teus olhos
para buscar, por um momento que seja,
um pouco de esperança.
Ser ou não ser,
não como busca filosófica,
mas ser ou não loucos o bastante
para viver um presente
que tão bom parece ser?
Para que pensar e repensar e duvidar?
Para que sofrer agora
dores de amores que só o futuro
poderá (ou não) trazer?
Se tolos são os versos de amor,
sejamos nós loucos
para querer o queremos.
Afinal, de que vale a vida
sem tais belos momentos?
29.5.92
(Ilustração: Picasso)
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