O que é um papa, senão a mitra que apunhala?
O que é um papa, senão a mancha vermelha da história?
O que é um papa, senão a palavra torpe de velhos assassinatos?
O que é, afinal, um papa? Um papa torna-se infalível pela lei dos falíveis!
Um papa torna-se onipotente pela força de todos os fracos.
Um papa é apenas um pretenso símbolo de um deus morto há muito tempo.
Um papa é apenas um trono bichado em meio às ameaças de morte
Que sopram do Vaticano.
Um papa não é a besta apocalíptica, porque a besta apocalíptica não existe.
Um papa não é um cristo idiota fincado no coração de quem o teme,
Porque o cristo idiota do madeiro não deixou dores que não fossem humanas.
Por isso, quando se enforca um papa,
Devia-se ver que há anjos de cuecas zorba tocando punhetas magistrais.
Por isso, quando se enforca um papa,
Devia-se poder brandir aos ventos os rosários de contas de velhas bêbadas e carolas.
Por isso, quando se enforca um papa,
Devia-se poder celebrar missas de cunilínguas e penetrações anais em todas as igrejas
De todas as vilas.
Por isso, quando se enforca um papa,
Devia-se poder cantar hosanas a todos os deuses gregos e romanos e egípcios,
A todos os deuses etíopes e a todos os deuses dos povos indígenas do mundo
Que tiveram seus deuses massacrados por uma fé de guerreiros e torturadores.
Que se enforque, pois, cada papa que a fumaça branca denuncie.
E mais: que se enforque cada antepapa na antessala da antevéspera da mesma fumaça!
segunda-feira, 2 de julho de 2001
10 de jan. de 2009
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