Sonho
louco
(martin van maele)
Bêbado
e drogado
de
ti,
ponho
na vitrola o disco antigo
de
canções do passado,
mais
bregas que meu desespero,
para
recordar em cada nota
um
beijo que não colhi,
da
tua boca rubra
o
sorriso que não esqueci,
de
teus lábios a palavra
que
não ouvi.
Não
importa: louco de teu perfume,
na
música estranha que rola em meu cérebro,
a
memória reconstrói
pedaços
de amor,
pedaços
de vida.
E
revejo em sombras sonhos que não vivi,
teu
corpo entregue em loucos desvarios
de
amor que por ti
tanto
sofri.
Vai
a canção em busca do tema
como
vou em busca de um sonho,
um
sonho louco em que me envolvi.
Não
há
nas
estúpidas de estúpido aparelho
uma
só possibilidade
de
encontrar o que não vivi.
Mas
embarco, bêbado como drogado,
ou
envenenado até a ultima gota
de
meu sangue,
a
escrever desesperadamente em cada verso
para
te encontrar no fim
como
o sonho louco do poeta louco,
sonho,
sonho, apenas sonho de vida
que não vivi.
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