16 de dez. de 2015

rascunho




(Igor Belkovsky)





fugidias as palavras


com que rascunho


na página em branco


o vício e alimento


de minha vida






os versos tortos


alinhavados como costura


agulha conduzindo a linha


linha a linha no cerzido


tecem os dedos cada sulco


pequenos abismos


na terra que trilhei






perdidos lamentos


estranhos desencantos


passos deixados em marcas


nas pedras do rio






as palavras soltas


as frases sem acabamento


a sintaxe frouxa


que importa?


a vida pulsa e o verso


corrige seu rumo


da vida para o nada


2.11.2015

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