(Edivaldo Barbosa)
queria os silêncios da terceira sinfonia
de Brahms
para ouvir a mim mesmo
sem queixas
sem imprecações
contra a vida
queria os silêncios de um poema
de Fernando Pessoa
para entender o mundo
sem ódios
sem preconceitos
de qualquer espécie
queria sim os silêncios dos lagos
distantes
dos lagos margeados de grandes
árvores
visitados apenas por aves
migratórias
onde os peixes nadam
à superfície
sem bulha e sem receios
o barulho da vida
que entra em meus ouvidos
não traz boas notícias
por isso queria tanto
o silêncio das estrelas
no alto das montanhas
e o canto triste da rolinha
dizendo apenas que
o fogo apagou
16.2.2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário