3 de nov. de 2015

COTIDIANO








Da rotina da vida

fizemos

a rotina de nosso amor.

Cada dia

um mesmo barco à mesma praia

retorna.

Mas não é nunca a mesma

praia

nem é o mesmo barco.

Entre cada um ergueu-se

o tempo.

E vário é o sentimento

cotidiano

do amor-mudança-serenidade.

Às vezes ânsia

de solidão.

Outras, aconchego e busca.

Muitas vezes, ainda,

o simples estar

em silêncio,

enquanto tudo ferve ao redor

de nós.

Da rotina do amor

refizemos

a rotina de nossa vida.





S.P.10.10.1981

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