Louco
esteta
(martin van maele)
Da
raiz que eras,
pintaste
o branco de meu muro
nas
cores de um tempo mais escuro,
e
cobriste o passado com as heras
que
um dia em meu coração de poeta
plantei
como louco esteta.
Julguei
poder dominar-te
e
ao teu verde-escuro sobreviver meu branco.
Ledo
engano de minha falsa arte:
agora
sou apenas a dor que em meu peito estanco
na
luta inútil de palavras loucas,
da
minha boca para tantas outras bocas.
29.6.96
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