19 de nov. de 2015

POEMAS DO COTIDIANO



  
Louco esteta






(martin van maele)



Da raiz que eras,
pintaste o branco de meu muro
nas cores de um tempo mais escuro,
e cobriste o passado com as heras
que um dia em meu coração de poeta
plantei como louco esteta.

Julguei poder dominar-te
e ao teu verde-escuro sobreviver meu branco.
Ledo engano de minha falsa arte:
agora sou apenas a dor que em meu peito estanco
na luta inútil de palavras loucas,
da minha boca para tantas outras bocas.

29.6.96


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