10 de abr. de 2010

POEMAS DO MUNDO: do fazer poético 11



Se morto estás,
ó meu coração,
por que ferirás
meu cérebro revolto?
por que sortilégios
por que privilégios
de amarga sorte
fazes-me sentir
tão perto a morte?

Se morto estás,
perdido em abandono,
trazes-me dor com tenaz
obstinação,
ó coração!
e tiras-me do sono
para a louca alegria
de um negro poema?


17.2.92

(Ilustração: Malevich)

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