RIO PRINCIPAL
Tietê da lembrança
Tietê da vingança
Rio que foge
cada vez que chove
do leito casto
e vira um vasto
mar de lama.
Rio puro de puras águas:
nas ruas deságuas
a sujeira humana
e afogas com teu veneno
o veneno que te sufoca.
Rio nasceste - tão pequeno:
tua pureza evoca
para do fundo do teu leito
vomitar as entranhas
da urbe que banhas
e não te dá respeito.
Tietê da vingança
Tietê da lembrança!
Afoga em teu grito de morte
o rio que foste no lodo que és
e busca impávido e forte
do sul as claras marés
ó Tietê da vingança
ó Tietê da esperança!
1.5.91
(Ilustração: São Paulo antiga -1905-Clube de Regatas do Tietê)
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