não há página em branco
que resista
à vontade de um poema
de nascer
o desafio torna-se um prazer
e aquilo que era problema
vira o correr da pena
em busca da metáfora
quando à tona do mar branco
jorra o pema em letras diversas
aspira o autor à eternidade
como um deus a criar de novo o universo
e suspira à lira de cada verso
melodias que, lembrando o passado,
anelam ao futuro pertencer
não há página em branco
que persista
à loucura de um poema
quando teima em nascer
21.7.98
(Ilustração: Malevich)
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